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Realizou-se no passado dia 11 o primeiro Brevet Randonneurs Mondiaux (BRM) de 2012. Já o ano passado tinha visto esta vertente do ciclismo com algum interesse. Este ano acabei por participar no primeiro, se bem que com uma particularidade: meti na cabeça que tinha que o fazer de pasteleira!
A bicicleta usada foi a mesma usada no percurso Aveiro – Burinhosa para o ENBA (Encontro Nacional de Bicicletas Antigas). Sem ser nenhuma especialidade, cumpre o seu objectivo: é uma pasteleira e anda. No entanto esta viagem não foi nada como as que estou habituado a fazer.
O dia não começou da melhor forma. Enganei-me no despertador e acordei tarde, chegando a Vila Franca de Xira já em cima das 8:00. Por uma questão de consumos e segurança não acelero em autoestrada com as bicicletas no tejadilho. Felizmente a organização rapidamente me colocou pronto para partir e acabei por perder apenas o briefing inicial. Sai do posto de controlo lá para as 8:15.
Decidi não levar GPS na bicicleta e seguir apenas as instruções. Acabei por só fazer uma consulta rápida ao GPS do telemóvel, aquelas estradas não têm muito por onde nos enganarmos. Os primeiros kms são marcados por um panorama que me aterroriza. A estrada N10 é ladeada por diversos armazéns chineses que substituíram os nossos negócios por produtos da treta. Pouco depois desta visão pouco animadora do futuro, sou apanhado pelos colegas randonneur e consigo acompanhar as suas bicicletas estradeiras, algumas de carbono, durante uns minutos. A partir daqui sabia que a viagem seria solitária. Esta viagem até ao posto de controlo de Mora foi difícil. O vento irritante de frente e o trânsito imparável dão-me cabo dos nervos. Não sei se consegui estar mais de dois minutos sem um carro passar por mim. Honestamente, este aspecto do trânsito é o que menos me agrada nesta história toda. Torna a viagem cansativa e extremamente perigosa porque a maior parte dos condutores são assassinos que em vez de terem uma arma de foo, tem um carro, com que fazem os mais diversos malabarismos na presença de uma bicicleta.
Em Mora trocou-se dois dedos de conversa e trincou-se qualquer coisa. Esta parte do trincar é que também me lixou. Os restaurantes tem de começar a perceber que não podem fazer o que bem se lhes parece. Pedi um prego no pão. Foi-me oferecido no café Afonso um “bico” ou “paposeco” com a respectiva carne lá dentro. E quanto me custou este manjar? 4€! É quase um conto de reis! Sai de Mora a rabujar contra o restaurantezeco que me roubou, só não armei confusão por respeito à organização. Talvez se devesse estabelecer uns protocolos com os postos de controlo ou tentar informar-se antes das más práticas dos sítios que escolhe para efectuar os mesmos.
Felizmente o caminho Mora – Montemor teve muito menos trânsito e uma primeira parte de bastantes descidas com belas paisagens. Foi o suficiente para levantar ânimos e enfrentar o caminho até Montemor.
Já em Montemor-O-Novo, o café “O Pão Nosso de Cada Dia” foi um local muito mais agradável para parar. Cartão carimbado, não demorei mais de 10 minutos nesta paragem, não podia ou não chegaria dentro do tempo limite. Por esta altura já só pensava em ficar por ali. Mas continuei e fiz o caminho até Pegões com uma única paragem para comer.
Depois de Pegões a coisa complicou. O cansaço, a noite e o frio começaram a fazer das suas. Quando experimentei as luzes em casa pareceram-me suficientes mas agora sei que tenho que levar melhor iluminação para a próxima. Os condutores de automóveis que não baixam os máximos também não são uma ajuda e por isso mesmo estou a pensar em colocar na bicicleta luzes que façam frente à iluminação de um automóvel, para ligar os máximos nestas situações. Neste troço descuidei-me na alimentação de tal forma que estava a ver que ia ficar no hotel valeta. Uns minutos de descanso enquanto comia tudo o que me restava resolveram a questão. Já então estava perto de Samora Correia. Quando sai desta localidade, dei por mim a falar sozinho até Vila Franca de Xira. Incentivava-me a mim próprio. Já não devia estar bem a 100% das ideias, digo eu.
Bem, de qualquer forma cheguei ao destino às 21:15 onde a organização e a minha companheira me esperavam e me acolheram com algum alivio! As fotografias podem ser consultadas na galeria do site oficial Randonneurs Portugal.
Agora que fiz o primeiro, estou a ponderar se devo fazer o esforço físico, psicológico e financeiro para fazer todos os brevets deste ano. O próximo é no dia 14 de Abril com o nome Planície e Montados 300.
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